Existem limites à nossa aprendizagem?

Uma das coisas que mais me marcou ao ler este livro foi o facto de os autores mostrarem que há evidência ciêntifica de que todos podemos ser especialistas em qualquer área.

O único condicionante que pode existir na nossa aprendizagem serão as nossas próprias características físicas.

Isto pode ser mais relevante no desporto porque a nossa morfologia física influêncía a nossa performance desportiva.

Ou seja, um jogador de basket de 2 metros, será quase de certeza sempre melhor que um jogador de basket de 1.5 metros se evoluíssem nas mesmas condições de treino.

Não querendo isto dizer que o jogador mais baixo não pode ser um atleta incrível, mas que a estatura vai influênciar a diferença de performance entre os 2 jogadores.

No entanto, a condicionante não é total, uma vez que o nosso corpo pode ser melhorado para atingir um nível de performance superior.

Mas a conclusão é muito clara: qualquer pessoa pode aprender qualquer coisa.

O que devemos fazer para aprender qualquer coisa?

Quando li o livro Peak, deu-me imediatamente vontade de começar a aprender qualquer coisa de novo, ou pelo menos de melhorar qualquer coisa que já soubesse fazer.

Mas então o que deveremos fazer para melhorar a nossa performance e aprender qualquer coisa?

A resposta a esta pergunta é a minha interpretação do que está escrito neste livro.
Existem 4 passos que devemos seguir para conseguirmos aprender qualquer coisa de maneira eficiente.

1. Copiar um especialista.

2. Praticar.

3. Obter feedback.

4. Pensar sobre o que fizemos.

Vou explicar o que cada um destes pontos quer dizer e, concretamente, o que poderemos fazer para aprender qualquer coisa nova, ou melhorar a nossa performance a fazer o que quer que seja.

1. Copiar um especialista

A primeira coisa a fazer é procurar alguém que sabemos ser muito bom a fazer aquilo que queremos aprender.

Depois, devemos tentar procurar saber o que aquela pessoa (o especialista) faz ou fez para se tornar tão bom na área.

Será que tem algum método especial? Haverá alguma regra que segue consistentemente para praticar? Leu algum livro?

O objetivo será fazer exatamente a mesma coisa que o especialista fez para se tornar bom naquela área.

Copiar o especialista, no fundo, faz com que possamos encurtar tempo de aprendizagem.

Se o especialista já passou por dificuldades até encontrar o método certo, então nós não teremos de fazer esse caminho de tentativas e de erros. Ou seja, em vez de partir do zero, podemos partir do 1, ou até do 2, copiando o método do especialista.

O ideal será tentar falar com a pessoa que consideramos especialista e obter todo o conhecimento dessa pessoa. Mas nem sempre isso é possível, porque às vezes não conseguimos falar com o especialista!

Se queremos tocar como o Mozart, será um pouco difícil falar com ele...

No caso de não conseguirmos falar com o especialista podemos procurar artigos, livros, vídeos (como no youtube) e ler sobre o que fizeram as pessoas para se tornarem tão boas.

Ou podemos sempre tentar procurar outro especialista na área em que nos queremos desenvolver, por exemplo, um professor de Piano, e continuar a procurar ler sobre o primeiro especialista que escolhemos.

2. Praticar

Praticar é a parte óbvia. Ninguém pode aprender uma coisa que nunca fez. Por isso, esta é tanto a parte mais fácil, como a mais difícil.

Para sermos bons a fazer alguma coisa, temos de fazer essa coisa muitas vezes.

Praticar todos os dias, e a regra é sempre a mesma: quanto mais tempo praticarmos melhor.

3. Obter feedback

Receber feedback é fundamental. Só podemos fazer melhor o que sabemos que não fizemos bem.

Por isso, é importante ter alguém que nos diga o que achou sobre o que fizemos.

O ideal será que esse feedback seja dado pelo especialista do ponto 1.

Outro aspeto muito importante quanto estamos a falar de receber feedback é a responsabilização.

O facto de querermos mostrar resultados a alguém ajuda a não desistir e a conseguir melhorias consistentes.

O que podemos fazer é acordar um prazo com alguém (sendo que o ideal é ser o especialista) para mostrarmos algo que vamos fazer.

Por exemplo, acordarmos connosco próprios (e/ou com o especialista) que vamos praticar uma música no piano e que no final da semana vamos mostrar o que aprendemos.

Quando mostrarmos o que aprendemos ao especialista, ele vai dar-nos a sua opinião sobre o que fizemos bem e o que fizemos mal, que é exatamente onde podemos melhorar.

4. Pensar sobre o que fizemos

Para além da opinião de um especialista, pensar (para nós próprios) sobre o que fizemos é muito importante.

É uma introspeção sobre o que correu bem e o que correu mal.

Isso ajuda-nos a corrigir o que fizemos mal e a fazer mais daquilo que fizemos bem.

Podemos tomar notas sobre os pontos positivos e negativos para mais tarde os trabalharmos.

Estas dicas podem parecer óbvias, e até que não justificaria 2 especialista na área de aprendizagem escreverem um livro sobre o assunto, mas a verdade é que quando queremos aprender algo, nem sempre as fazemos de maneira consistente.

O que os autores deste livro nos dizem é que se fizermos estas 4 coisas vamos melhorar muito rapidamente.

No entanto, é importante não esquecer, que para aprender precisamos de tempo e consistência.Não vamos conseguir resultados do dia para a noite.

É importante não desistir e manter a motivação.

Como diz o ditado popular, "devagar se vai ao longe".

Conclusão

Para aprender qualquer coisa de maneira eficiente há 4 passos que devemos dar:

1. Escolher um especialista na área que queremos aprender ou melhorar e fazer o que o especialista fez para ter sucesso.

2. Praticar o máximo possível daquilo que queremos aprender.

3. Obter opiniões (feedback) sobre o que fizemos bem e o que fizemos mal para podermos corrigir e melhorar.

4. Fazer uma introspeção sobre o que acabamos de fazer e pensar como poderemos melhorar.